O Airbnb é uma forma confiável de encontrar uma estadia. Desde sua criação em 2008, o site já cadastrou mais de 7 milhões de residências ao redor do mundo, onde os viajantes podem ficar em um quarto, ou alugar uma casa inteira. Recentemente, muitas cidades têm reprimido estadias de curta duração, citando questões de segurança, listagens falsas e aumento dos preços dos imóveis, causando a saída das pessoas de suas casas quando a moradia é usada apenas para o aluguel do Airbnb. O que as cidades estão fazendo em relação a estas questões? O que o Airbnb está fazendo para ajudar a resolvê-los? O Airbnb será viável por muito mais tempo?
De 2015 a 2019, o número de listagens do Airbnb em Londres quase quadruplicou, forçando grande parte da oferta habitacional da capital a ser possuída e operada por unidades de aluguel de curto prazo. Somente em meados de 2019, 80.770 propriedades em Londres foram listadas no Airbnb, com quase um quarto delas violando o limite de 90 dias da cidade, uma regra que afirma que uma propriedade não pode ser alugada no Airbnb por mais de 90 dias por ano. Ainda mais surpreendente, os dados mostraram que em todas essas listagens, apenas 1% dos anfitriões eram responsáveis por 15% das unidades ativas naquela época. Também foi estimado, usando ferramentas de medição de dados de terceiros, que 30% dos anfitriões em Londres têm pelo menos três listagens na plataforma, mostrando ainda mais como as propriedades do Airbnb rapidamente se tornaram uma espécie de monopólio.
Airbnbs não são apenas uma preocupação no centro de Londres, o crescente mercado de aluguel a curto prazo afeta até mesmo os subúrbios e bairros periféricos. Quase 10% do estoque habitacional em Camden e Westminster está listado no Airbnb, para um total de 7.000 propriedades inteiras, metade excedendo o limite de 90 dias. O aspecto mais preocupante é que, atualmente, 6.000 famílias estão na lista de espera habitacional do município. Muitos membros do conselho sentem que os aluguéis de curto prazo estão crescendo fora de controle e exacerbando a falta de moradia.
Londres não é o único lugar que sente o impacto do crescente número de listagens do Airbnb. A cidade de Nova York também implementou um limite de 90 dias com ainda mais restrições. Além disso, aluguéis por menos de 30 dias não são permitidos, a menos que o proprietário (ou operador do Airbnb) esteja presente na unidade. A cidade já chegou ao seu limite com preços astronômicos de moradias causados por uma oferta habitacional apertada. Estas regras estão se tornando cada vez mais difíceis de serem aplicadas, especialmente com o número de aluguéis que violam estas leis. Os visitantes que alugam essas estadias alegam que elas ajudam a economia da cidade, oferecendo mais opções, mas as autoridades municipais preferem que os turistas fiquem em hotéis, setor que sofreu muito durante a pandemia.
Em apenas alguns dias, a cidade de Nova York poderá liberar um novo conjunto de regras para limitar ainda mais o número de Airbnbs disponíveis para aluguel. As novas regras exigiriam que os anfitriões enviassem as plantas dos apartamentos à cidade, provassem que a casa é sua residência permanente, apresentassem os contratos de aluguel e fiquem cientes das múltiplas leis de habitação da cidade. Os anfitriões seriam proibidos de colocar fechaduras nas portas onde os residentes ficam, e teriam que cumprir outras regras para proteger a segurança dos visitantes. Qualquer infração resultaria em pesadas multas por parte da cidade. O impulso para estas leis rigorosas vem quando um estudo recente descobriu haver mais listagens da Airbnb do que um inventário de apartamentos disponíveis em toda a cidade. Em um relatório da Curbed, menos de 8.000 unidades estavam disponíveis para alugar em Manhattan, Brooklyn e Northwest Queens em abril deste ano. Ao mesmo tempo, a Airbnb listou 10.572 quartos ou casas de família inteiras para aluguel, e outra listagem de dados, da Inside Airbnb, projetou existirem 20.397 unidades.
Será que mais restrições ajudarão a garantir que Airbnbs operem legalmente em todo o mundo, e como será possível fazer cumprir essas leis? É possível que os Airbnbs tenham que se reinventar completamente, assegurando apenas estadias de longo prazo para acomodar essas regras, de forma que em breve, os check-ins na casa de um estranho para um fim de semana possam não ser tão tranquilos.